A neurociência da felicidade.
O que diz a neurociência sobre o poder de cultivar emoções positivas para o nosso desempenho cerebral e como você pode aplicar isso na sua carreira.
Photo by Catalin Pop on Unsplash.
Eu não sou uma pessoa “good vibes”, confesso. Pelo menos, não naquele sentido gratiluz-paz-e-amor-a-vida-é-linda-e-faça-o-que-você-ama-sem-se-importar-com-nada. Sou mais pé no chão, mais pragmática e mais racional mesmo, apesar de que, num passado não tão distante, contaminada por frases e discursos de autoajuda que viraram febre na internet, eu bem que gostava de fazer e de ler um post motivacional bem clichê de vez em quando.
Não me entenda mal, continuo gostando de um bom clichê, embora a minha paciência com alguns discursos tenha encontrado respaldo no que aprendi se tratar de positividade tóxica, ou seja, uma prática que pode gerar comportamentos que reprimem e condenam emoções negativas e que, consequentemente, afetam a nossa saúde mental.
Quando você reduz todas as experiências humanas à necessidade única de "pensar positivo", você adentra um terreno extremamente perigoso e tóxico, onde o indivíduo é levado a acreditar que ele é o único culpado por TUDO o que lhe acontece e que, se não conseguiu o que tanto almejava, é porque não pensou positivo o suficiente.
Tenho verdadeiro pavor desse tipo de discuso, que, inclusive, "encoraja" as pessoas a queimarem a ponte antes da hora e agirem de forma impulsiva e irresponsável, só porque acreditam que, no fim das contas, "vai dar tudo certo". Porque pode não dar.
Considerar o pior cenário é muito importante nessa equação, nem que seja para que você não seja pego de "surpresa" caso as coisas não saiam exatamente da maneira que você gostaria. Sempre vou defender por aqui a ideia do "acredite sempre no melhor, mas prepare-se para o pior", porque o pior pode acontecer, gente! O pior é, sim, uma possibilidade.
Porééééém, é importante lembrar que, tal qual tudo o que é em excesso e dispensa o raciocínio crítico, a negatividade tóxica é igualmente prejudicial à nossa saúde, sendo potencialmente ainda mais perigosa quando vem acompanhada de pensamentos autodestrutivos, que abalam a nossa autoestima, a nossa confiança na vida e em nós mesmos e até o nosso senso de valor pessoal.
Curiosa que sou, além de apaixonada por todo e qualquer assunto ligado ao nosso desenvolvimento pessoal e profissional, lá fui eu, no auge da Pandemia, fazer uma segunda pós-graduação, além daquela que eu já tinha feito em Gestão de Pessoas: carreiras, liderança e coaching. Interessada em entender mais profundamente como funciona o nosso sistema nervoso, a escolhida da vez foi uma pós em Neurociências Cognitivas e Processos Psicológicos. Eu já tinha lido dezenas de livros e artigos correlacionados ao tema em questão e também já tinha feito alguns cursos com foco em inteligência emocional (a minha primeira pós-graduação, inclusive, já contava com uma disciplina de psicologia positiva). Encantada com tudo o que aprendi, com embasamento ciêntífico para não dizer que estou tirando essas coisas do sovaco, ainda emendei a pós numa disciplina chamada “The science of well-being” (“A ciência do bem-estar”), oferecida pela Universidade de Yale.
Como resultado de todos esses estudos e pesquisas mais aprofundadas, tive a seguinte constatação: nosso cérebro é configurado para apresentar um melhor desempenho não quando está negativo ou neutro, mas, sim, quando está positivo.
Segundo a neurociência, emoções positivas inundam o cérebro com dopamina e serotonina, substâncias químicas que, além de nos darem a sensação de bem-estar, sintonizam os centros de aprendizado do cérebro em um patamar mais elevado.
Tá, mas o que isso significa na prática?
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