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A síndrome da boazinha.

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Por que a boazinha demais precisa sair de cena para dar lugar à adulta que sabe dizer não.

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Ana Paula Ramos
set 04, 2023
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A síndrome da boazinha.
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Disclaimer: o texto que você vai ler a seguir serve para quaisquer gêneros. No entanto, como muitas pesquisas sérias já atestaram, as mulheres são as que mais sofrem das popularmente chamadas síndromes da boazinha e da impostora. Por essa razão, você verá referências mais diretamente dedicadas às mulheres, ok? O próprio título já dá esse direcionamento. A todos os leitores, porém: vale a pena conferir este conteúdo.
Photo by Pixabay.

“A Mulher Selvagem ensina às mulheres quando não se deve ser "boazinha" no que diz respeito à proteção da expressão de nossa alma. A natureza selvagem sabe que a "doçura" nessas ocasiões só faz com que o predador sorria. Quando a expressão da alma está sendo ameaçada, não é só aceitável fixar um limite e ser fiel a ele; é imprescindível. Quando a mulher age assim, não poderá haver intromissões na sua vida por muito tempo, pois ela reconhece logo o que está errado e tem condições de empurrar o predador de volta ao seu devido lugar. Ela já não é mais ingênua. Ela já não é mais uma meta ou um alvo. E é esse o antídoto mágico que afinal faz com que a chave pare de sangrar”.

(Trecho do livro “Mulheres que correm com os lobos”, de Clarissa Pinkola Estes).

Eu já fui a boazinha demais, a viciada em agradar aos outros, aquela que estava sempre disponível a qualquer hora, para qualquer pessoa, em qualquer ocasião. Seja por imaturidade minha ou por uma necessidade visceral de ser amada, aceita e pertencer de alguma maneira (ter sofrido bullying na escola contribuiu muito para isso, admito), fato é que as necessidades das outras pessoas sempre vieram antes das minhas, como se a minha autoestima e a minha identidade fossem medidas e definidas a partir do quanto eu poderia fazer pelos outros.

Eu acreditava piamente que ser agradável iria me proteger da rejeição e do tratamento doloroso por parte de outras pessoas. E, enquanto eu impunha a mim mesma regras exigentes, críticas severas e expectativas perfeccionistas, eu simultaneamente desejava a aceitação universal, o que, a duras penas, descobri na vida real que é uma verdadeira falácia. É impossível agradar a todo mundo.

Somado a isso, uma grande verdade muito bem explorada no livro “A Síndrome da Boazinha”, da Dra. Harriet B. Braiker : não importa o quanto você seja agradável e diga “sim” às pessoas, não há garantias contra ser rejeitada, insultada, excluída, reprovada e até mesmo abandonada pelos outros, não é mesmo?

Sem contar que a submissão e a dificuldade de impor limites acabam minando a nossa fonte criativa, pois a crescente tensão e estado de alerta, sentimentos comuns à boazinha agradadora, fazem com que tentemos segurar as nossas emoções para não corrermos o risco de desagradar.

Exaustivo demais, não? E enlouquecedor também.

Ser a boazinha demais, além de minar a sua saúde (física e mental), nunca vai te colocar num lugar de admiração e autoridade.

O poder do não.

Se tem uma coisa que venho aprendendo com a vida, a cada dia com mais intensidade, é que quando a gente diz não para alguém, querendo de verdade dizer esse não, é como se a gente estivesse dizendo pra gente mesmo um belo e gigantesco sim, desses que acarinham a alma, libertam o grito no peito, sossegam o coração, reorganizam os pensamentos, empoderam, alentam, alegram. E nos trazem paz.

Paz.

Porque não há nada mais rico e mais pleno nos dias de hoje do que isto: estar em paz com quem se é e com as escolhas que se faz na vida.

O que tenho reparado, no entanto, é que o maior calo no sapato de muita gente – e o maior motivo de tanta infelicidade, vazio, angústia, falta de propósito ou sensação de estar perdido – é justamente o medo de arcar com as próprias escolhas, principalmente quando elas contrariam alguém. O raciocínio é simples: quando alguém pede uma coisa pra gente, o que essa pessoa espera é a nossa aceitação em relação àquilo que ela pediu. Mas, se a gente nega, pronto, o desconforto é gerado. E a mente não gosta do desconforto. A mente prefere sempre as mentiras das coisas fáceis, por mais que a gente sofra internamente com isso depois.

É assim que as coisas funcionam, não se engane: quando você diz sim para alguém, querendo na verdade dizer não, você está gerando sofrimento e mentindo pra você mesmo, descarada e inevitavelmente. E tudo – absolutamente tudo que resultar dessa sua aceitação – não é mais problema do outro, entende? É problema seu. Só seu.

Você não pode controlar todas as coisas do mundo, claro que não, mas você tem poder de escolha. E esse poder, mesmo que você não queira, te torna responsável pelas suas ações na vida: por todas as palavras que você fala. Por todas as palavras que você cala. Pelos sins e pelos nãos que você vem dizendo para os outros e para você mesmo todos os dias, consegue perceber?

Não adianta ficar com raiva do mundo se agora vai ter que fazer algo que não queria. A menos que tenha uma arma apontada na sua cabeça ou algo real te ameace, foi você quem disse esse sim.

No livro “A Síndrome da Boazinha”, que mencionei anteriormente, há uma analogia que eu gosto muito e que diz assim…

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