Imagem de Alex Green por Pexels.
Nem sempre percebemos de imediato, mas a vida nos dá sinais.
Às vezes, são apenas incômodos sutis, um desconforto leve que nos diz que algo já não se encaixa tão bem. Outras vezes, são verdadeiros abalos, situações que nos colocam contra a parede e que nos obrigam a encarar o que há muito tempo evitamos.
Fato é que crescer e amadurecer dói. Mas, mais do que isso, exige movimento.
É natural que resistamos.
O ser humano busca segurança, estabilidade, e qualquer mudança traz consigo o medo do desconhecido. Ficamos ali, tentando nos convencer de que está tudo bem, de que é só uma fase, de que talvez o incômodo passe. No entanto, quando nos enrijecemos demais, quando insistimos em permanecer onde já não há mais espaço para a evolução, nos tornamos reféns de nós mesmos.
O desconforto, por mais incômodo que seja, pode ser um sinal valioso de que algo precisa mudar. Ele nos cutuca, nos sacode e, se tivermos coragem de escutá-lo, nos leva a novas possibilidades.
Só que é preciso coragem…
Coragem para olhar de frente para o que nos angustia, coragem para admitir que não estamos mais felizes onde estamos, coragem para soltar o que já não nos nutre.
Encerrar ciclos não é fácil, eu sei.
Muitas vezes, significa abrir mão de algo que um dia foi importante, mas que, agora, já não faz mais sentido. Significa lidar com a incerteza, com o luto daquilo que ficou para trás.
Dói, eu sei.
Dói porque temos apego, porque criamos histórias, porque aprendemos a amar aquilo que, um dia, nos fez bem.
Mas encerrar ciclos também significa dar espaço para o novo, para aquilo que está por vir e que só poderá florescer quando tivermos coragem de soltar o que já não nos pertence.
Na trajetória profissional, isso se manifesta de diversas formas: um trabalho que já não nos desafia, uma função que nos aprisiona, um ambiente que já não reflete nossos valores…
É por isso que, mesmo quando sabemos que algo precisa mudar, muitas vezes nos agarramos ao que é familiar por medo de não encontrarmos algo melhor.
Mas é preciso lembrar que a vida acontece no movimento. Que ninguém se descobre sem antes se arriscar. Que quem se permite transformar-se descobre forças que nem sabia que tinha. Que quem aceita o desconforto como parte do processo aprende a se reinventar.
Viver é se desafiar.
É compreender que nem sempre teremos todas as respostas antes de dar o próximo passo.
E tudo bem.
O importante é não se aprisionar em uma zona de conforto que já não nos faz crescer.
Porque, no fim das contas, é isto que nos mantém vivos: a capacidade de nos transformarmos, de nos renovarmos, de seguirmos em frente, mesmo quando o caminho parece incerto.
Se hoje você sente que algo dentro de você está inquieto, se há um incômodo que não te abandona, talvez seja hora de olhar para isso com carinho e coragem.
O desconforto pode ser um convite para o novo.
Aceite-o.
Permita-se.
Respire fundo e confie: o que te espera adiante pode ser muito maior (e melhor) do que você imagina.
Com amor,
Ana.